O mundo da moda é marcado pelos tradicionais desfiles que definem o calendário anual. Nova York, Londres, Milão e Paris (onde tudo começou) são palcos de grandes shows e, claro, passarelas para milhares de looks e para as personalidades que os vestem. Entretanto, uma capital em especial (que costumava ficar) fora do eixo principal tem despertado muita atenção e curiosidade: Copenhagen. A semana de moda dinamarquesa antecede as demais e se destaca pela seguinte exceção: é a única com padrão mínimo de sustentabilidade.
Mas, engana-se quem pensa que a premissa sustentável é apenas relacionada à moda. Copenhagen já foi por diversas vezes considerada a capital mais verde da Europa, sendo um dos 10 melhores lugares do mundo para se viver. Muito mais que um look do dia, a sustentabilidade por lá é estilo de vida! E foi assim, com o pensamento ambientalista, que eles criaram a semana de moda aliada à um plano de sustentabilidade que visa atitudes mais conscientes e responsáveis em todos os âmbitos, desde matéria-prima à recursos humanos. O seu plano de ação é pautado em 18 requisitos mínimos para as marcas participantes, introduzidos pela primeira vez em janeiro de 2020. Os mesmos são divididos em 6 categorias, são elas:
Direções estratégicas;
Design;
Escolhas inteligentes de materiais;
Condições de trabalho;
Envolvimento do consumidor;
Desfile.
Vale ressaltar que eles não são permanentes e se atualizam de forma constante (conforme período definido pela organização)
Com relação ao ambiente de trabalho, são premissas: oportunidades igualitárias; ambiente seguro, saudável e respeitoso entre todos os colaboradores (assédio e discriminação não são tolerados); diversidade e equidade (inclusive entre os modelos) e proibição do trabalho infantil.
Sobre a matéria-prima que dá vida às peças, pelo menos 50% da coleção deve ter materiais certificados, sejam eles reciclados, reaproveitados ou de estoques parados e nenhuma peça pode ser produzida com pele animal. A utilização de embalagens plásticas ou de uso único (inclusive nas lojas) não é permitido durante a semana de moda. Para eles, a qualidade é sinônimo de longevidade.
O cenário do evento também segue um padrão, o seu design é pensado para ser zero desperdício. Tudo é reaproveitado, inclusive as amostras de roupas e o estoque parado, nada é destruído. Até o carbono emitido é calculado e compensado.
Antes de serem consideradas proibitivas, essas restrições são entendidas como um estímulo pela busca de soluções mais atrativas (de menor impacto ambiental e social) e atuam como uma ferramenta de inspiração e transição mais rápida entre a forma de produção tradicional e a abordagem sustentável. As ações sustentáveis não estão restritas aos desfiles, outras adicionais são realizadas pela organização, vale conferir no site!
Copenhagen pode não ser (ainda) a principal semana do calendário fashion, mas ela tem tudo para se tornar, uma vez que a tendência é que a sustentabilidade ganhe cada vez mais protagonismo. Afinal, não temos um Planeta B! E, com o seu compromisso de neutralidade até 2025 (CPH 2025), sem dúvida, Copenhagen além de abrir as semanas do Prêt-à-Porter, está abrindo os nossos olhos para o (único) futuro (possível)!
Copenhagen Fashion Week
Quando? Assim como as demais semanas de moda, ela acontece duas vezes ao ano. A próxima edição é entre os dias 7 e 11/08 e vai apresentar a Primavera/Verão 24.
Queres saber mais? Acesse o site https://copenhagenfashionweek.com/